domingo, septiembre 30, 2007
A morte é unha puta
Hai pouco tempo, o escritor portugués António Lobo Antunes sorprendeu os seus paisanos contándolles que tiña cancro no intestino. Agora, xa operado con éxito, nunha entrevista que lle fixo Joao Céu e Silva, con fotos de Nuno Fox, e que publica hoxe Diario de Noticias, responde así a pregunta de se está a loitar contra a morte a pesar dela estar sempre presente nos seus libros: "É inútil porque a morte é uma puta - desculpem o palavrão mas é a única palavra que encontro. Quando o meu pai morreu, o padre que foi rezar a missa disse que detestava aquilo porque nós não fomos feitos para a morte. De facto não fomos... Há pessoas de quem gostávamos e que já não podemos tocar e ver e cuja morte foi tão injusta. Ainda no sábado fui a enterrar um camarada da guerra que morreu num acidente de automóvel. Foi muito comovente ver aqueles homens duros, que fizeram a guerra, a chorar como crianças. Eu chorei também, gostava muito dele e agora quando nos reunirmos ele não vai lá estar. E não faz sentido que o Zé não esteja. Eu tenho que viver pelo meu pai, pelo Cardoso Pires, pelo Melo Antunes, estão dentro de mim até eu acabar."
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3 comentarios:
A morte, esa grandísima candonga, esa implacable e pútrida presenza, que nos fode, que nos destroza, que sempre pode con nós e cos nosos. Mil veces sexas arrenegada... inutilmente, amigos, inutilmente.
Antonio Lobo Antunes é un dos máis grandes escritores do noso tempo.
Almiral Mouchez
Magnífica cita a de Lobo Antunes, sen dúbida.
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